cover
Tocando Agora:

Paranaense descobre que passou 20 anos com o mesmo número de CPF que outro homem, que tem o mesmo nome e data de nascimento

Paranaense descobre que passou 20 anos com o mesmo número de CPF que outro homem Após cerca de 20 anos enfrentando problemas com o próprio número de Cadastr...

Paranaense descobre que passou 20 anos com o mesmo número de CPF que outro homem, que tem o mesmo nome e data de nascimento
Paranaense descobre que passou 20 anos com o mesmo número de CPF que outro homem, que tem o mesmo nome e data de nascimento (Foto: Reprodução)

Paranaense descobre que passou 20 anos com o mesmo número de CPF que outro homem Após cerca de 20 anos enfrentando problemas com o próprio número de Cadastro de Pessoa Física (CPF), um morador de Maringá, no norte do Paraná, descobriu que o documento estava sendo usado – devido a um erro no registro – por outra pessoa desde 2005. Gilmar José da Silva, de 62 anos, nasceu no dia 11 de setembro de 1963, em Arapongas, na mesma região do Paraná. Há poucos meses, ele descobriu que em Arroio do Tigre, no Rio Grande do Sul, também existe um Gilmar José da Silva, nascido no mesmo dia, mês e ano. A confusão começou depois que o Gilmar gaúcho perdeu o CPF e foi até a Receita Federal para tirar uma segunda via do documento. Por se tratarem de homônimos, o funcionário que fazia o documento passou, por engano, o número de registro do Gilmar do Paraná. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Maringá no WhatsApp A primeira vez que o paranaense notou algo estranho foi quando recebeu uma ligação do Sistema Único de Saúde (SUS) sobre uma cirurgia que ele, supostamente, havia feito. "Aí foi passando o tempo, a gente não sabia, porque nunca tinha como saber que uma pessoa podia ter o mesmo CPF. A gente achava assim que era malandragem de alguém, né? ", contou Gilmar. Por desconfiar da situação, o paranaense registrou um boletim de ocorrência denunciando um crime de estelionato à Polícia Civil (PC-PR) e à Polícia Federal. Ele conta que também enfrentou problemas em contas bancárias, com valores depositados e outros descontados. O paranaense, então, decidiu procurar um advogado e uma ação foi protocolada contra o banco dele, resultando em um processo que ainda está em andamento na Justiça. Ele só conseguiu descobrir o que estava acontecendo quando um amigo o ajudou. "Ele [amigo de Gilmar] começou a puxar na internet, entrou no [aplicativo] Meu INSS, vai para lá, vai para cá, daí descobriu a conta que tinha no meu nome. Através dessa conta tinha um telefone de uma pessoa, que ela usava como [chave] Pix. Quando ligou no telefone, era a sobrinha desse Gilmar. Ela explicou que ele chegou na Receita Federal em 2005 e, por termos nome e data de nascimento iguais, passaram meu número de CPF pra ele", conta o Gilmar paranaense. Gilmar José da Silva descobriu que CPF dele foi usado durante 20 anos por outro homem, com o mesmo nome e mesma data de nascimento. Arquivo pessoal Leia também: Londrina: Técnico de enfermagem não encontra celular dentro da ambulância e descobre que paciente furtou aparelho VÍDEO: Tentativa de assalto é interrompida por policiais na BR-277, em Cascavel Foz do Iguaçu: Homem que chefiava 'tribunal do crime' do PCC é preso, diz MP Como Gilmar, do RS, ficou sabendo do erro Ao g1, Gilmar José da Silva, morador de Arroio do Tigre, no Rio Grande do Sul, explicou que soube do mal-entendido quando recebeu uma notificação, durante o trabalho, de que deveria comparecer à delegacia da Polícia Federal, em Santa Cruz do Sul. Na conversa com o delegado, ele foi informado que houve um erro na emissão do CPF. "Eu fiquei apavorado até entender o que é tudo. Eu nunca lidei com essas coisas. Sempre trabalhei e daí complica a gente", explicou. Gilmar trabalhava com calçamento e foi aposentado, há aproximadamente um ano, depois de sofrer um acidente durante o serviço. Mesmo com os dois envolvidos comunicados sobre o erro, o Gilmar do Rio Grande do Sul conta que está com as contas bancárias bloqueadas e não consegue receber o benefício, sendo este o principal problema atualmente. "Bastante dívida no mercado", contou. Ele é atendido pela Defensoria Pública do RS e emitiu um novo documento. "Olha, eu acho que as pessoas que o Estado bota para trabalhar, eles têm que fazer a coisa certa. Eu acho que tem que ser, porque é a lei. Eu sou um cara que sou analfabeto, não sei ler, e eles têm que fazer as coisas certas para não dar esse transtorno", Gilmar disse. O que diz a Receita Federal Em nota ao g1, a Receita Federal confirmou o erro, mas disse que o problema já foi resolvido. Veja abaixo a nota na íntegra. "O contribuinte do RS procurou a RFB inicialmente para obter seu CPF. Devido ao seu nome e data de nascimento coincidirem com os do sr Gilmar, e ao fato de não existirem, na época, dois contribuintes com os mesmos dados, foi informado a ele o CPF do contribuinte do Paraná. Este contribuinte, portanto, não tinha cadastro anterior na base de CPF. Isto só ocorreu porque, como o cadastro do sr Gilmar é anterior a 1991, o registro não trazia o nome da mãe - item que hoje diferenciaria os dois contribuintes e evitaria o problema. Atualmente o CPF do sr Gilmar já está regularizado, com os dados corretos. Ele apresentou petição, no âmbito administrativo, à RFB, no final de junho deste ano. Já o contribuinte do RS recebeu um registro de CPF, após demandar a RFB, igualmente no final de junho", informou a nota. VÍDEOS: Mais assistidos do g1 Paraná Leia mais notícias no g1 Norte e Noroeste.

Fale Conosco